Um sujeito no vazio; um estudo sobre pacientes com Desvalimento Psíquico que apresentam traços de autismo
Abstract
Objetivos
Conforme caminho no estudo e pesquisa no doutorado, venho ampliando ao longo destes últimos anos na clínica de psicanálise aonde trabalho, os atendimentos à pacientes diagnosticados com Desvalimento Psíquico. Neste processo clínico, tenho me deparado cada vez mais com um grupo de pacientes específicos, que apresentam um grau importante de traços de autismo, identificado no DSM 5, como Autismo Nível 1.
Material e método
Estes pacientes apresentam déficits na reciprocidade socioemocional apresentando uma capacidade reduzida de interesses, emoções ou afeto com seus pares e familiares demostrando dificuldade em desenvolver e compreender relacionamentos, podendo variar, de dificuldade em ajustar o comportamento para se adequar a contextos sociais diversos até apresentar anulação dos afetos, podendo influenciar de forma determinante na subjetividade destes sujeitos, posto que a interação com o outro, é fundamental na constituição psíquica. Os pacientes com desvalimento psíquicos com traços de autismo podem também apresentar em suas narrativas de vida, uma construção falha no discurso, desestruturação psíquica e emocional quando algo acontece diferente de um roteiro próprio criado, ou anteriormente proposto, insistência em fazer as mesmas coisas e uma adesão inflexível a rotinas.
Conclusão
Os atendimentos clínicos destes pacientes, precisam ser realizados com uma ancoragem no psicanalista, em um setting terapêutico seguro, com sessões semanais e contínuas por um longo período, aonde outras abordagens terapêuticas, podem ser utilizadas como suporte clínico. A Filosofia do Yoga com o uso da meditação e exercícios de respiração vem sendo trabalhada na clínica com estes pacientes, como forma de gerar autocontrole e autopercepção.