Sobre la función de la escena en la clínica psiquiátrica y en el psicoanálisis
Abstract
Nos propusimos reflexionar acerca de la escena en tanto le otorgamos una función estructurante en los desarrollos de la clínica psiquiátrica y del psicoanálisis. Como constructo, la escena no es en sí misma una unidad de análisis. La vastedad de entramados discursivos que la atraviesa exige -sea cual sea el campo que investiguemos- elegir entre múltiples articulaciones y procesos de análisis. Optamos, en primer término, delimitarla dentro de uno de los hitos del ‘nacimiento de la clínica’ psiquiátrica como lo fue el dispositivo presentación de enfermos.
Seguidamente destacamos, desde la transformación que llevó a cabo Freud respecto de ese dispositivo, la función relevante que adquirió la escena en su obra a partir del escenario de la interpretación de los sueños.
Finalmente para concluir, desde la clásica analogía entre locura y teatro, proponemos alguna perspectiva que permitiría abordar en espacios sociales -eximidos de finalidades estéticas- la escena donde se lleva a cabo la acción patológica. We have resolved to reflect about the scene so we give it a structuring function in the developments of psychiatric clinical practice and psychoanalysis. As a construct, the scene is not a unit of analysis in itself. The wide variety of discourse frameworks that cross it demand - whichever the field we investigate - that we choose among multiple articulations and analysis processes.
To begin with, we choose to delimit it within one of the landmarks in the ‘birth of clinical practice’ psychiatry, in the same way as the presentation of the device of the sick was. Next, we highlight, from the transformation that Freud carried out regarding this device, the relevant function that the scene acquired within his work as from the scenario of the interpretation of dreams.
Finally, to conclude, from the classic analogy between madness and drama, we suggest some perspective which would allow addressing the scene where the pathological action is carried out in social spaces, freed from aesthetic purposes. Propusemo-nos a refletir sobre a cena, uma vez que atribuímos a ela uma função estruturante nos desenvolvimentos da clínica psiquiátrica e da psicanálise. Como construção, a cena não é em si uma unidade de análise. A vastidão das estruturas discursivas que a atravessam requer - seja qual for o campo que investigamos - escolher entre múltiplas articulações e processos de análise. Optamos, em primeiro lugar, por delimitá-lo dentro de um dos marcos do "nascimento da clínica psiquiátrica", como era o dispositivo para a apresentação dos pacientes.
A seguir, destacamos, a partir da transformação realizada por Freud com relação a esse dispositivo, a relevante função que a cena adquiriu em sua obra a partir do cenário da interpretação dos sonhos. Por fim, para concluir, a partir da analogia clássica entre a loucura e o teatro, propomos algumas perspectivas que nos permitirão abordar em espaços sociais - extraídos de propósitos estéticos - a cena em que se dá a ação patológica.